Falar em demissão humanizada pode parecer contraditório, pois nada pode parecer mais desumano do que ser demitido. Mas saiba que muitas empresas estão preocupadas em fazer com que o processo de desligamento seja o menos doloroso possível.
Esse cuidado tem o objetivo de evitar que a demissão cause um trauma tão grande que atrapalhe todo o futuro profissional do ex-colaborador. “As reações à demissão são muito distintas, alguns ficam paralisados e não conseguem seguir adiante. A demissão humanizada ajuda o profissional a entender por que está sendo desligado, mantém a autoestima dele. Assim, consegue prosseguir com a carreira”, diz Patrícia Suzuki, diretora de Gente e Gestão da Catho.
O que é uma demissão humanizada? Patrícia diz que o processo de demissão humanizada traz o profissional para o centro da comunicação. “Essa comunicação tem que ser muito cuidadosa e com todo o respeito que o profissional merece.”
Mas o que caracteriza esse tipo de demissão? Patricia disse que a comunicação com o profissional é um dos fatores-chave desse processo:
A demissão tem que ser comunicada pelo gestor
A notícia tem que ser dada em local adequado, preferencialmente reservando um horário para isso
Clareza e transparência
O gestor deve informar com clareza quais foram os motivos que levaram à demissão – desempenho ou redimensionamento da equipe, por exemplo.
Agradecimento
É preciso agradecer ao colaborador por toda a contribuição que ele deu durante o tempo em que esteve na companhia.
Suporte de RH
O RH deve acolhe esse funcionário, desde com informações básicas sobre como sacar o seguro-desemprego e FGTS até a oferta de um pacote de benefícios
Pacote de benefícios
Empresas adeptas da demissão humanizada costumam oferecer um pacote de benefícios aos demitidos, como extensão do plano de saúde por um período de tempo, auxílio psicológico, ajuda com a recolocação do mercado de trabalho.
Dá resultado esse tipo de cuidado? Patrícia diz conhecer vários casos de pessoas que deram a volta por cima, fizeram cursos para suprir carências profissionais ou então partiram para outras áreas.
O que não pode ocorrer? A pior coisa é a pessoa ser pega de surpresa, não fazer ideia que seria demitida. “Para que isso não aconteça, o funcionário tem que ter recebido feedbacks anteriores”, afirma a diretora da Catho.
Que outros cuidados precisam ser tomados? Patrícia diz que a equipe que ficou também precisa receber uma comunicação transparente sobre o que aconteceu. “O gestor tem que reunir a equipe, informar a demissão, dizer quem vai substituí-lo ou se as tarefas serão distribuídas entre os que ficaram.”
Mas dá para fazer tudo isso no meio da pandemia? Ela afirma que sim. Se não dá para marcar uma conversa pessoalmente, a comunicação tem que ser feita por videochamada.
E se a demissão foi por causa da crise? Patrícia diz que é importante deixar bem claro que a motivo foi circunstancial, que a empresa precisou recorrer a medidas extremas para tentar sobreviver.
A demissão na crise de coronavírus é mais preocupante? Com certeza. É possível que outras pessoas da família também tenham sido demitidas, o que traz mais preocupações com a redução da renda. Fora isso, as pessoas estão preocupadas com o coronavírus, o que traz mais um fator de estresse para esse momento tão difícil.
Fonte: Site 6minutos (https://6minutos.com.br/carreira/demissao-humanizada-ajuda-profissional-a-seguir-em-frente-na-carreira/)