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Tendências do mercado de trabalho aceleradas pela crise do coronavírus

  

As relações do mercado de trabalho não serão as mesmas após o fim da pandemia de coronavírus. Mecanismos testados durante a quarentena, como o massificação do home office, deverão servir de norte para mudanças que serão implementadas no ambiente corporativo.

Home office

A adesão definitiva ao home office no Brasil deverá crescer 30% no pós-coronavírus, estima o coordenador do MBA em Marketing e Inteligência de Negócios Digitais da Fundação Getúlio Vargas, André Miceli.

“É uma alternativa que já se mostrou efetiva”, avalia Miceli. Ele lembra que há vantagens individuais – mais tempo para as pessoas, sem prejuízo das entregas – e coletivas: menos carros da rua, menos pressão sobre o transporte público, menos poluição.

A professora Nayara Cardoso, do curso de Administração da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio, ressalta que há benefícios também para as empresas. “Há diminuição de gastos com aluguel, transporte, refeições e infraestrutura.”

Estudo da consultoria Mercer, com 609 empresas do Brasil, mostrou que 78% adotaram a prática de home office durante a quarentena – prática que 15% nunca haviam experimentado.

“A pandemia do coronavírus é um novo vetor que está acelerando a quebra de paradigmas laborais e que mudará a concepção de trabalho para sempre”, projeta o líder de produtos de carreira da Mercer Brasil, Rafael Ricarte.

Wirearquia

O modelo tradicional das empresas, com hierarquia claramente definida, tende a ser substituído por um modelo mais colaborativo e desestruturado, conhecido como “wirearquia”. A liderança será transitória e concedida por projeto.

Em muitas corporações, essa “descentralização” do poder está sendo testada em algum nível durante a quarentena, pelo simples fato de que, sem a convivência física em tempo integral, muitos líderes se viram diante da necessidade de delegar mais do que antes.

Digitalização das empresas

Com a crise do coronavírus, abrir ou reforçar a atuação online foi o caminho obrigatório de sobrevivência para muitos negócios. Isso representa a aceleração de um processo que era inevitável.

“A digitalização, mais do que nunca, se tornou questão de vida ou morte”, observa Dener Lippert, CEO da V4 Company, assessoria que implementa e otimiza o processo de vendas pela internet.

Apoio a pequenos negócios

A ideia de valorizar os negócios locais, que oferecem serviços e produtos específicos e personalizados, sairá muito fortalecida da crise do coronavírus.

A estrutura de apoio para os pequenos negócios tem sido fortemente impulsionada durante a quarentena. É o caso, por exemplo, da LinkApi, startup que oferece uma plataforma completa de integração de softwares. A empresa lançou uma solução voltada aos pequenos e médios negócios, com o propósito de conectar os comércios com seus clientes, incluindo a inclusão gratuita a serviços de delivery.

Valorização das soft skills

Com a crise do coronavírus, a empatia se tornou um elemento fundamental das relações profissionais. É preciso, antes de tudo, entender as circunstâncias que o outro está enfrentando.

Trata-se de um grande reforço para a tendência de valorização das chamadas soft skills, as atitudes comportamentais. “Grande parte das empresas comete erros por ainda estarem vinculadas a modelos comerciais dos anos 80, onde aqueles que eram bonzinhos não ganhavam”, diz Marcelo Rocha, diretor sênior no Brasil da Zendesk, desenvolvedora dinamarquesa de softwares.

Para ele, o que está ocorrendo é um caminho sem volta para quem ainda pensava assim. “Quando a crise passar, nada mais será como antes. A sociedade estará diferente.”

Inteligência Artificial

Várias iniciativas de Inteligência Artificial e uso de assistentes virtuais e chatbots estão sendo desenvolvidas durante a crise, com objetivos que vão desde avaliar a disseminação da covid-19 até oferecer apoio emocional.

As pessoas estão se familiarizando cada vez mais com esses recursos e entendendo que eles servem para fins muito mais nobres do que simplesmente “roubar empregos”: evitar que as pessoas executem trabalhos repetitivos e sem criatividade e fornecer matéria-prima para decisões.

“Os humanos serão cada vez mais necessários para dar um direcionamento crítico e criativo aos insights que os bots nos trarão”, afirma João Lúcio de Azevedo Filho, presidente no Brasil da Cognizant, empresa global de soluções de TI.

Menos formalidade

Quase ninguém coloca terno e gravata para participar das reuniões virtuais em tempos de coronavírus, certo?

O código de vestimenta foi naturalmente afrouxado por conta das circunstâncias, reforçando uma tendência que já era forte, especialmente nas empresas de TI. Seja em casa ou no escritório, o local de trabalho está se tornando uma fusão entre os ambientes doméstico e profissional.

Mais relações virtuais

Em que circunstâncias você precisa estar fisicamente em um lugar? Aqueles cafés de networking têm mesmo que ser presenciais? E as viagens a negócio, quando realmente se justificam?

A virtualidade das comunicações durante a epidemia nos faz refletir sobre nossos hábitos anteriores. O olho no olho sempre é bom, mas até que ponto a relação custo-benefício justifica deslocamentos?

 

Fonte: 6minutos.com.br

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